sábado, 11 de setembro de 2010

Cores (ah, se pudesse oferecer ao mestre Mandela...)

Cor mais sem graca
Pálida, sem tom
Não há mistura do mel das flores
Nem ardor, nem som

Envergonha-te, esconde
Esse rosto cretino
Por tanto ter aclamado a desgraca
Como se bom não devesse o negro ter seu destino

Liberta essa mesmice
Essa tua falta de humor, que já nasceu sem talento
Aplaude, de pé, a conquista da igualdade
Que por si, merecida, já havia tempo

Colore tua cor sem cor
Brilha essa luz apagada
Joga fora o branco perdedor
Admira tua nova estada

Diante de sons e cores que hão de permanecer
Até os destemidos deverão temer
Se não tiverem coragem suficiente
De assumir igualdade presente

Te envergonha cara pálida
Pede perdão ao teu passado
Por ignorar durantes anos a fio
Os verdadeiros heróis de tantos desafios..

Busca a verdade nos mestres
Semeia então a plenitude
Da verdade que chegou até ti
Não erre mais uma vez

Pois aos fracos, uma chance
De mostrar aos sábios que ainda há tempo,
Reconhecimento e perdão são premissas
Para uma nova era de acontecimentos.

domingo, 8 de agosto de 2010

Do jeito meu


Te amo no meu silêncio
no calafrio que passou.
Te amo calada, inquieta, irritada
diante o sol da meia noite

Perco o sono, rotina
olhares insanos
mentalizo teu sorriso
me encontro

não contente, ainda rezo
peço à alma acolher-me
sugo falsa esperança
fecho os olhos novamente

o sol diurno então ressurge
aos montes, raios infinitos
agora, pasmém, descanso
mas ainda te pertenço

entra no meu mundo
para que eu entenda o teu
apaga esse vício
de brincar de esconde-esconde

amanhã será a lua
visitante do meu sono
então não haverá mais tempo
se quiseres me encontrar

domingo, 25 de julho de 2010

the point is..


.. Difícil, mas posso contar um segredo..

Eu adoro três pontinhos...
Não suporto ponto final.

(...) - podem ser um final sem um ponto...

(...) - podem ser três pontos sem um final..

... Pode complicar no início,
simplificar demais no meio... tornar o desfecho "desfechado"...

(...) - Podem falar mais que milhares de pontinhos, ou, até mesmo de palavras...

(...) - Podem silenciar um erro...

(...) - Poderia te abracar nessa hora...



O ponto final é tão seco.

É tão direto.

Esnobe.

Sério.




Mas...os três pontinhos... eles são tão... tão flexíveis... tão enigmáticos.. que podem expressar até mais do que simples 3 pontinhos...!

Eles podem te ajudar a ser feliz...!!!!!!!!!!!

E é tão bom sorrir...

Sempre...!

Podem ser o reflexo de algo estranho, como a imagem de aliens dançando tango...(??!?)

E eu gosto de imaginar essa cena...

...


Podem ser vagos....




(...)





(...)



.....


... E eu poderia pensar em você nessas horas...



......





.. E te abracar apertado... mais uma vez..



.....



(....)




....







O ponto final é direto. É seco. É chato. Não me deixa sonhar.
Ele é tão bossal, que é difícil terminar uma história com final feliz, com um ponto final..!!!


Ops...!!

.... com um ponto final.

Os sapatinhos da Cinderela nao caberiam nela, se a história terminasse com um ponto final.

"O príncipe coloca os sapatinhos na sua bela donzela, e eles serviram como uma pluma."

Isso não é nada feliz...!! Que príncipe mais sem graca. Que pé mais sem tamanho. Que pluma mais pesada.

É tão diferente dos meus pontinhos...



Eu sei, sei mesmo... o ponto final faz parte da vida...

Às vezes é ponto, e deu.
Às vezes to indo, e fui.
Às vezes to cansada, e não enche.

Mas eu prefiro acreditar na magia dos meus pontinhos prediletos (...) ...

Prefiro dizer que estou indo, mas...
Que enquanto trabalhava eu...
lembrava daquele teu sorriso que...
um dia...
....


(...) !



... Pronto.. Você já sabe um segredo meu (...) =)


sábado, 5 de junho de 2010

Só enquanto estiver frio


Era tanta discrepância entre os dois, que,
sem nenhum houveram melhores semelhanças
- sem nuâncias
como dois iguais no vazio

Tão difícil era ler a mente de um,
do outro
que por descuido
ficou calado

Sentado, desesperado, desconsolado
Aturou seu corpo gelado no frio de fora
do lado de lá que não deu pra ver
a diferença que, de tão nítida, o fez descrer

Quando aquele um, que aguardava o outro
torceu o pescoço, de olho no moço
decepcionou, lastimou
sorriu, chorou, baixinho, chorou

Face a face o encarou
viu que estava desolado
ou, embora, acompanhado
havia algo de errado..

Preferiu deixar pra depois
quem sabe, se de um encontro à dois
o vazio se tornasse menos insano

Mas, cabe então, aqui, salientar
que, a tal resposta ao olhar
aguardará enquanto o frio houver,
até a ressaca do mar acalmar



..

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Te odeio!


"EU TE ODEIO" - um bom título!
Idealizando um filme
impensado (s)
estagnado (s) (morno)

E quanto tempo não te vejo
Será a ti, pra quem escrevo?
Não, não fique (novamente) com medo
É só mais um poema-sem rima

Te proponho uma cena
toparias dançar só?
Largar fora tua carne
Entrar nú, seco, sem dentes afiados

Não me lembre do egoísmo
da tua falta de amor próprio
Insignificância é fingir bondade
Estarás desnudo, "à mostra"

Caros amigos, bem vindos ao circo
dos poetas vivos
sem rimas com imãs de geladeira
nem som em tom agudo.

Olhem para ele, solitário
não ficou com nada!
Apenas restou sede
Pobre alma desalmada

Desapareceu por medo de ser menor
Ignorou o fato de que ser forte causa morte
Julgou indefesos, e no chão, pediu perdão
Olhou sua vestes, não mais serviriam-no

Chão sem terra, nem poeira
chão de terra de ninguém
quem alí avistou um santo
morreu de raiva por esquecer do flash.

Voltou, reverteu, quis falar
sem dentes pontiagudos, mal nenhum há
doces palavras sabor de névoa
mas ao final, preferiu calar - pobre homem

Cena 2

O público se cansa, falta lambança,
A noite virou carroagem
De dia não haverão mais expectativas
Morte ao destemido nú!

Sair de cena, sem problema
melhor que enfrentar a vida,
repetir história,
fazer jus à memória

(A minha talvez)


Envergonha-te cara pálida novamente
desta vez sem carne, sem olhos, sem brancura
sem matéria, és apenas alma
vale-me dizer, "das cem ternura"

pobre de espírito,
desolado,
pobre garoto podre,
coitado!

Não corra, não há chão
Não chora, pra quê perdão?
Dê gargalhadas, e tente dormir
Sente no Divã, conte-nos suas aventuras

Recite seus poemas,
traga-nos amores
que cheirem a flores, de preferência!
Mas se não houver, lembre-se que
"No final..... "

Céu!

Ou quem sabe por agora
neste instante (..)

e assim "eu te odeio"
que, por tão pouco
seria sua outra alma
e te traria para perto de mim

Mas prefira recusar-me
não participar da minha encenação
até um caminhão de coroas
não alegrariam meu funeral

Vá embora desta dança
de brincadeira de criança
coloca tuas vestes
não entenderias nunca

e nem por um milhão de motivos
eu tentaria te "encenar" novamente

O circo fechou.

terça-feira, 20 de abril de 2010


SEM

Passa o tempo
que o tempo passa
sem demora
vai depressa

Passatempo
que o tempo passa
sem história
corre à beca

Conta o tempo
que o tempo passa
que já passou
já era em tempo

Mata tempo
que o tempo passa
que o tempo fica
que horas são?

Diz que há tempos
que o tempo muda
mas que só passa
se eu desejar

Diz pro homem
que o tempo passa
mesmo parado
e sem querer

Diz pra ele
que o tempo passa
 e que não volta
então vá depressa.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Invasão de(mentalidade)


Tomaram conta
Invadiram meu espaço
Na secretária não-
-não há recados

Não há receios, anseios
não há dívidas
chão, colchão, cama
nem víboras em uma sala de estar

lembras, o tal all star
e as figurinhas de cinema
colecionar poemas
e, ao ar livre, nos deitar

Sei sim! Viver dilema é bom, porém
melhor seria andar descalço
pular num salto, sem embalo
voar pra terra, direto no teu íntimo

Sairia dele fácil,
contaria até dois
me falarias que só no três
e por um segundo escorregaria

Como você nunca fez
ao som de "dó re mi fá"
te trocaria pelo desafino
e, alto, iria gargalhar

Te ensinaria a cantar comigo
aquela falha do nosso triste poema
e, entenderias, que nem tudo
pode ser- pra sempre- o tal dilema,

Pena tomarem conta assim
tirarem as pernas
o estômago
e o pior, os cílios e afins

Porque quando chove lá fora
Aí é que não há de ver
o pôr do sol de ontem
nem os fogos do nosso reveillon

tiraram a alma, o sono, o sonho
o cansaço mental do meu humor
a risada falsa do meu acordeon
a minha música registrada

e eu te odeio por tudo isso
por não saberes de todo o mito
e nunca teres ao menos me desejado(-me)
" Bon voyage" - (em outra língua).

quarta-feira, 7 de abril de 2010

(poeminha pra Me!)



Meline é cabelo encaracolado,
liso ou comprido,
curto e desajeitado...

É amiga nos tempos modernos,
mas faz parte "das antigas"
das cantigas,
das minhas melhores amigas..

Ela sorri de um jeito peculiar,
uma gargalhada alta
que dá vontade de rir também..

E aí então a gente ri,
a gente chora,
e a gente ri de tanto chorar,
quando não chora de tanto rir..

E se entende..
Em português de preferência,
Desses que "só pra inglês vê",
ou seria francês que vê?

Tanto faz...

Tanto faz porque é tudo igual.
O que muda é a gente,
Quando conhece gente diferente,
que gosta de fazer da vida
uma arte a ser esculpida..

quinta-feira, 11 de março de 2010

Pai..


Pai é pai.

E ainda é filho, ou,

quando não espírito

o chamam de santo!


E o meu, amém

é teu

também,


Faz parte do nosso céu

Desceu da terra

"Deus" aos fracos,

alguns abrigos


Inimigos teus,

vão logo embora

perdem outrora,

tempos em vão


Pai é Santo

é Deus

é meu e teu,

também!









domingo, 28 de fevereiro de 2010

o viajador (letra)

Caro viajante do tempo
Tempo tá ruim, tempo de hora
Ergue essa tua mala de vento
Vento do sul, vento de outrora

Pousa tua espaconave no espaço que não é teu
Olha em volta a verdade, que a mentira te escondeu
Não te espanta com a saudade, se de dor, te vier
Lembra que no espaco.. vaidade.. é coisa de "muié"!


Caro viajante de atenas
Antenas, são de televisão
Traz contigo as melhores fadas
de bruxas já basta a famosa inflação

Pousa tua espaçonave no espaço que não é teu
Olha em volta a verdade, que a mentira te escondeu
Não te espanta com a saudade, se de dor, te vier
Lembra que no espaço.. vaidade.. é coisa de "muié"!


... (...)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

na aula.

Queria cair do alto
gritar baixinho
descer do salto
sair de fininho

Olhar pra rua
não ver ninguém
vestir-me nua
amaldiçoar o bem

Desafinar um canto
calar o som
parafrasear algum santo
mentir um dom

te jogar pra perto
a lugar nenhum
e susurrar um berro
nada incomum

falar das cartas
ler teus dilemas
mostrar poemas
fazer-te bocejar

gargalhar
chorar
rezar
amar

ver tua alma no espelho
sonhando acordada
decifrando um conselho
pé na lama, calçada.