Tomaram conta
Invadiram meu espaço
Na secretária não-
-não há recados
Não há receios, anseios
não há dívidas
chão, colchão, cama
nem víboras em uma sala de estar
lembras, o tal all star
e as figurinhas de cinema
colecionar poemas
e, ao ar livre, nos deitar
Sei sim! Viver dilema é bom, porém
melhor seria andar descalço
pular num salto, sem embalo
voar pra terra, direto no teu íntimo
Sairia dele fácil,
contaria até dois
me falarias que só no três
e por um segundo escorregaria
Como você nunca fez
ao som de "dó re mi fá"
te trocaria pelo desafino
e, alto, iria gargalhar
Te ensinaria a cantar comigo
aquela falha do nosso triste poema
e, entenderias, que nem tudo
pode ser- pra sempre- o tal dilema,
Pena tomarem conta assim
tirarem as pernas
o estômago
e o pior, os cílios e afins
Porque quando chove lá fora
Aí é que não há de ver
o pôr do sol de ontem
nem os fogos do nosso reveillon
tiraram a alma, o sono, o sonho
o cansaço mental do meu humor
a risada falsa do meu acordeon
a minha música registrada
e eu te odeio por tudo isso
por não saberes de todo o mito
e nunca teres ao menos me desejado(-me)
" Bon voyage" - (em outra língua).