terça-feira, 2 de junho de 2009

O palco do palhaço

De que importa a magia
Se o mágico não está presente
A platéia, ausente
Se o mundo está tão doente

Nada será como um dia já foi
É preciso algum “mágico” insistir
Na magia da crença
Na pureza do que há de vir

Ou quem sabe, utopia
Coisas da vida, essa vivida
Passado desleal
Presente anormal

Encanta tua platéia,
Com teu sonho de super-homem
Teu desejo surreal...

...Essa magia
Seria uma doce surpresa
Se não tratada com destreza

Num palco onde a verdade
Relacionada com maldade
É transformada em tristeza...

... Por isso não me julgues – ignorante,
Em querer acreditar
No meu sonho de super-homem
Saci - pererê ou lobisomem

Deixa eu esquecer por um instante
Desse mundo louco, inconstante
Onde acordo no meio da sala

Entre homens e lençóis
Pego minha mala
E, sendo eu, a platéia
Sigo apenas qualquer rumo, sem escala

Na agonia de meu cansaço,
Durmo de dia, no sol
Acordo, já é noite, e alí mesmo,
Debaixo do farol,


Deparo-me contigo, o palhaço
Estais aí, entre fogos e acrobacias, esperando..
Não pelo meu afago, nem minha triste alegria,
Mas sim pelo teu pão – com teu suor de cada dia

Então eu te percebo, e também o restante,
E não é nessa magia que eu quero acreditar
Nem nessa agonia pretendo ficar
Por isso, mais uma vez te peço, não me julgues- ignorante

Deixe-me crer em conto de fada
Por mais que historiadores tenham provado
Físicos demonstrado
Deixe então eu estar, pra ti, errada

Mas sentir-me correta
Em acreditar no ilusionismo
E não no abismo,
E nem no poeta..

Deixe-me crer que o mágico existe
Que a platéia esta presente
E este mundo - meu mundo-
Ainda não está doente...

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